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Título: ATUAÇÃO DO BANCO CENTRAL EUROPEU NA CRISE DA DÍVIDA
Autor: LUCAS HENRIQUES DOURADO TEIXEIRA
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO - PUC-RIO
Colaborador(es):  GINO ABRAHAM OLIVARES LEANDRO - ORIENTADOR
Nº do Conteudo: 21327
Catalogação:  19/03/2013 Idioma(s):  PORTUGUÊS - BRASIL
Tipo:  TEXTO Subtipo:  TRABALHO DE FIM DE CURSO
Natureza:  PUBLICAÇÃO ACADÊMICA
Nota:  Todos os dados constantes dos documentos são de inteira responsabilidade de seus autores. Os dados utilizados nas descrições dos documentos estão em conformidade com os sistemas da administração da PUC-Rio.
Referência [pt]:  https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/colecao.php?strSecao=resultado&nrSeq=21327@1
Referência DOI:  https://doi.org/10.17771/PUCRio.acad.21327

Resumo:
A crise da dívida europeia, decorrida apenas uma década após a criação do euro, deixa claro o custo da imposição de uma moeda única a grupo tão heterogêneo de países. Não somente de países, mas também de instituições e de pessoas. Dentre as negativas consequências econômicas podemos citar, além da dívida de muitos países, a frágil condição de diversos bancos, os altos níveis de desemprego e os enormes déficits comerciais ostentados por muitos de seus membros. A motivação para a criação da eurozona foi muito mais política do que econômica. Lideres políticos entenderam a medida como um passo decisivo para aprofundar a integração, usando o argumento de que a moeda comum iria suscitar nas pessoas o sentimento de unidade, de pertencer a uma mesma comunidade. Sem dúvida, a Europa vivencia, desde a sangrenta segunda guerra mundial, um período de paz que para os padrões do continente pode ser considerado bastante longo. O conflito bélico entre França e Alemanha, que sempre estiveram em lados opostos nos últimos grandes eventos, seria hoje inimaginável. Os ganhos políticos foram reconhecidos na recente concessão do premio Nobel da paz à Eurozona. Todavia, a criação de uma moeda única não deveria preterir os fundamentos econômicos, o que de fato aconteceu. A Alemanha, que tinha a seu lado o sucesso do marco, com estabilidade de preços e a enorme prosperidade do pós-guerra, encarou com relutância a transição para a moeda única. Contudo, face às pressões da França e de diversos outros países, restou aos alemães vestirem o Banco Central Europeu com roupagem semelhante às do Bundesbank: independência formal, busca de estabilidade de preços e proibição de compra de títulos do governo. Além disso, conseguiram que a sede fosse localizada em Frankfurt. A Alemanha impôs ainda a criação de um Pacto de Estabilidade e Crescimento, com sanções financeiras para o país que apresentasse déficit público superior a 3 por cento do seu PIB bem como valores da dívida pública que ultrapassassem 60 por cento do PIB. No entanto, já em 2005, tanto a França como a Alemanha deixaram de cumprir com estas condições e se viram obrigadas a pedir o relaxamento daquelas punições ao Conselho Europeu, o que de certa forma fragilizou o Pacto. A criação do euro foi motivo de grande debate entre os economistas; uma moeda única significa que todos os países passam a ter a mesma política monetária, a mesma taxa básica de juros e a mesma taxa de cambio. Economistas previram que o resultado seria uma maior flutuação do produto e do emprego, processo de ajuste mais lento à queda na demanda agregada e persistentes desequilíbrios na balança comercial com o resto do mundo. A razão para isso é simples: quando um país comanda a sua própria política monetária, consegue responder ao declínio na demanda diminuindo a taxa de juros, o que estimula a atividade econômica. Já o Banco Central Europeu (BCE) tem que fazer política monetária baseando-se na conjuntura de todos os países do euro, o que implica em que determinada taxa de juros pode ser vista como elevada em um país com desemprego crescente e ao mesmo tempo considerada baixa em países com aumento de salários. Um país no controle de sua própria moeda pode permitir que ela se ajuste a variações tanto na demanda externa como nas condições domésticas. Se a Grécia, por exemplo, ainda mantivesse o dracma, a queda na demanda por exportações gregas iria reduzir o valor de sua moeda, tornando os produtos gregos mais competitivos. A demanda por esses produtos aumentaria, permitindo que os gregos substituíssem bens e serviços domésticos por importados. Da mesma forma, se a produtividade grega caísse em relação aos demais países, o próprio mercado forçaria uma desvalorização do drama, ao invés de acarretar um aumento do déficit comercial, que ocorre quando o cambio é fixo. A entrada na união monetária e a submissão a uma política anti-inflacionária por parte do BCE fez com que os juros fossem reduzidos em países como Espanha e Itália, onde expectativas de inflação elevada estavam sendo combatidas com aumento de juros. Famílias e governos desses países tomaram partido desses juros baixos e se endividaram. As famílias usaram a dívida para financiar a construção imobiliária, enquanto os governos financiaram déficits públicos e programas de transferência de renda. O resultado foi o rápido aumento nas dívidas públicas e privadas em diversos países, notadamente Itália, Grécia, Espanha e Irlanda. A reação do mercado financeiro não foi proporcional ao aumento do risco, pois não se verificou uma elevação na taxa de juros dos empréstimos para aqueles países, que se viam cada vez mais endividados. Até recentemente, o mercado assumia o título grego como tendo quase o mesmo risco do título alemão, na crença de que o guarda-chuva germânico seria grande o suficiente. Antes da eurozona, grandes déficits fiscais tinham como consequência aumento na taxa de juros ou diminuição na taxa de cambio, sinalizações do mercado quase que automáticas e que serviam como um aviso aos países para reduzir seus endividamentos. A união monetária impediu essa etapa, que poderia ter limitado os empréstimos às famílias e aos governos. Quando o mercado finalmente percebeu o erro de considerar todos os países do euro como igualmente seguros, as taxas de juros das dívidas da Grécia, da Itália e da Espanha cresceram rapidamente. O mercado entrou em dinâmica retroalimentadora na qual o aumento dos juros levava ao aumento do risco de insolvência e de eventual calote. Mais especificamente, o medo de que a Grécia pudesse ter problemas para pagar seus vencimentos levou ao aumento de preço da dívida grega e à expectativa de juros futuros mais elevados. O que se iniciou como sendo uma preocupação com a liquidez da Grécia, tornou-se um problema de solvência diante do medo de que a Grécia nunca seria capaz de honrar suas dívidas. Isso provocou aumento ainda maior na taxa de juros e promoveu calote parcial no qual os detentores de dívidas soberanas gregas foram forçados a aceitar um haircut de 50 por cento. A experiência grega elevou a percepção de risco da dívida italiana, fazendo com os juros passassem de menos de 4 por cento para mais de 7 por cento, levando a Itália para perto do precipício da insolvência. Dinâmica diferente ocorreu na relação entre os bancos comerciais e os governos. Como os bancos detinham muitos títulos de governo, foram fortemente afetados por essa desvalorização. Os bancos então recorreram aos governos para proteger os depositantes e outros credores, ampliando ainda mais a crise. Na Irlanda e na Espanha, os problemas começaram com calote de hipoteca, atingindo os bancos e aumentando a dívida do governo.

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