O presente estudo intitulado Mulheres Vítimas de Estupro: possibilidades e limites para o acesso à prática do aborto legal no estado do Rio de Janeiro têm por objetivo contribuir para a discussão a respeito do acesso à política de saúde quando as mulheres vítimas de estupro engravidam e optam por realizar o aborto legal. Entendendo a violência contra a mulher como uma expressão máxima da desigualdade de gênero que por vezes causa danos irreversíveis à saúde da mulher, este estudo tem por objetivo estudar sobre a violência sexual e, em específico, a tipificada como estupro de forma a dissertar sobre o atendimento às mulheres vítimas de estupro na área da saúde tendo em vista os aspectos culturais, morais e religiosos envolvidos e relacionados a este tipo de violência a que muitas vezes dificulta um atendimento qualificado. No que se refere ao aborto legal, o presente estudo objetiva realizar uma comparação de dados quantitativos relativos ao número de notificações de casos de estupro registrados nas delegacias do estado do Rio de Janeiro e número de mulheres vítimas de estupro que realizam o procedimento de aborto legal no Hospital Maternidade Fernando Magalhães, sendo este considerado serviço de referência no estado para a realização do procedimento pelo Ministério de Saúde. Em nossa pesquisa, dentre outras questões, constatamos que há uma discrepância entre o número de notificação do crime de estupro, segundo os dados oficiais e a prática de aborto legal realizado no Hospital Maternidade Fernando Magalhães.