A escola brasileira passa por uma mudança significativa, com a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos e a obrigatoriedade de matrícula da criança de seis anos no primeiro ano. O Ministério da Educação (MEC), por meio de legislação e orientações específicas, tem por principal objetivo da mudança a proposta de uma educação qualitativa para a criança cidadã. Contudo, a questão do currículo se apresenta nesse cenário entre as antigas práticas pedagógicas e as perspectivas de novas propostas curriculares. Nesta pesquisa, objetivei me dedicar à questão do currículo e do fazer curricular do professor do primeiro ano. Tendo por premissa que o professor possui valores locais e pessoais e é ator no cenário da política educacional, como tal ele tem a possibilidade de interpretar e criar seu currículo. O currículo assim concebido será uma manifestação possível da política. Para consecução da pesquisa, foram realizadas duas entrevistas com as professoras de primeiro ano de uma escola municipal do estado do Rio de janeiro e uma pesquisa bibliográfica com a análise do documento histórico da escola. Durante a trajetória da pesquisa, em diálogo com sujeitos, dados de campo e teóricos como Sonia Kramer, Stephen Ball e Frangella, encontrei a narrativa como uma possibilidade para o fazer curricular das crianças do primeiro ano. Por isso, defendo a posição de um professor formulador do currículo em uma produção cultural coletiva enredada na narrativa.