A pandemia de Covid-19 causou mudanças no mundo inteiro, atingindo os principais setores da economia e consequentemente os consumidores. O fechamento dos estabelecimentos devido a possível contaminação pelo vírus, que era até então desconhecido, forçou o setor de food service a se reinventar. O avanço tecnológico trouxe facilidades, como os aplicativos de delivery, trazendo comodidade aos consumidores e ampliando o alcance dos bares e restaurantes. Porém, com o elevado crescimento dos pedidos de entrega durante o período da quarentena, aumentou também o uso de embalagens descartáveis, em sua maioria de material plástico, que causam um grande impacto ambiental. Neste cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar as influências da pandemia no aumento da geração de resíduos sólidos domiciliares por descarte dessas embalagens. A metodologia levantou em sua primeira etapa dados reais de consumidores através de questionário online aplicado a um público-alvo, avaliando o aumento do número de pedido, os tipos das embalagens recebidas e a preocupação com a sustentabilidade das embalagens. Verificou-se a predominância de material plástico, que é majoritariamente descartado após o consumo do alimento, uma vez que poucas embalagens são reutilizáveis. Ademais, foi verificado também que menos de a metade dos consumidores utiliza coleta seletiva para o descarte dessas embalagens. A fim de quantificar a pesquisa exploratória, foi realizado o mapeamento das embalagens entregues em onze pedidos através de registros fotográficos fornecidos por voluntários. Na terceira e última etapa da pesquisa exploratória, foram mapeados os impactos da pandemia no sector de food service através de entrevistas conduzidas em cinco estabelecimentos de diferentes segmentos. Foi constado que todos os locais entrevistados sentiram impacto negativo nas vendas, porém aumento nos serviços de delivery. Nenhum deles adotou medidas para reduzir o impacto do descarte de suas embalagens. Conclui-se então que é necessária uma iniciativa por parte dos estabelecimentos para a utilização de embalagens mais sustentáveis, recicláveis ou reutilizáveis, reduzido assim a geração de resíduos domiciliares. Políticas públicas de incentivo a reciclagem, coleta seletiva eficaz e descarte correto, baseadas em uma economia circular, também são ações imprescindíveis para que a longo prazo obtenha-se uma maior preservação do meio ambiente.