O que gera hospitalidade na arquitetura? Como a arquitetura acolhe o habitante nas fronteiras de transição do espaço? Esses são os principais questionamentos que motivam o trabalho. O objeto de estudo é a hospitalidade na arquitetura. Em meio a cidades contemporâneas frequentemente hostis, a reflexão acerca de uma arquitetura da hospitalidade se faz necessária. A ideia de fronteira, enquanto recorte físico-social, se mostra potencial para esta investigação pois, por meio do tratamento dela, é possível a costura entre diferentes espaços, possibilitando lugares de acolhimento. Assim, o trabalho tem como objetivo principal, portanto, investigar o acolhimento do habitante nas fronteiras do espaço. Alguns conceitos emergem de modo relevante na compreensão das relações estudadas, como os conceitos de lugar, de habitar, de afeto e de fronteira. Metodologicamente, para os estudos de caso, os conceitos antes mencionados são articulados com ferramentas de análise contextual (físico, histórico e social) como croquis de observação, elaboração de digramas, dimensionamento e colagem. Partiu-se de obras emblemáticas, em diferentes contextos e escalas, até espaços do cotidiano carioca, analisados nos estudos de caso (Praça São Salvador e Mureta da Urca). A escolha destes se deve principalmente ao caráter coletivo desses lugares, marcado pela presença de elementos que oferecem hospitalidade àquele que habita, associado a um contexto favorável à realização do acolhimento. Procura-se reconhecer nessas análises os gestos que conferem acolhimento ao lugar por meio da arquitetura. Propõe-se aqui que a hospitalidade em arquitetura se dá por meio de diversas estratégias que operam em diferentes escalas. Desde a escala do corpo, passando pela escala do edifício, até a escala urbana.