Este trabalho se debruça sobre o setor de semicondutores, especialmente as políticas industriais relevantes adotadas pelos países que participam do processo de fabricação no contexto pós-pandemia do COVID-19. Utilizando fontes acadêmicas, jornalísticas e relatórios especializados, verificou-se que a indústria é extremamente intensiva em investimento de capital e pesquisa e desenvolvimento, o que leva a uma divisão de tarefas entre firmas para os processos de elaboração e fabricação dos chips. Também se verificou que essas firmas se espalham ao redor do globo, com os países da Europa Ocidental e América do Norte tendo vantagem na fase de design e os países do Sudeste Asiático tendo vantagem na fabricação. Além das empresas especializadas nos processos, há uma gama de firmas que as auxiliam com maquinário e recursos naturais. O trabalho também apresenta as medidas adotadas pelos países que sediam as firmas líderes no setor para buscar maior resiliência em resposta aos desafios impostos pela pandemia. Nota-se nesse contexto uma divisão entre dois blocos – outrora complementares – para o futuro da fabricação de semicondutores, o que pode interromper o progresso do setor e levar a um mundo tecnologicamente dividido.