A presente monografia identifica e analisa os ‘frames’ utilizados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha para a compreensão da situação dos indivíduos deslocados internamente na República Democrática do Congo em 2016. Para tanto, são observadas as formas nas quais a utilização desses ‘frames’ pelo esforço humanitário contemporâneo influencia as dinâmicas do conflito congolês e violência local a partir de operacionalidade e normas alinhadas à governamentalidade liberal que, no limite, podem contribuir para a prolongação do quadro de insegurança. Para tanto, em primeiro lugar, é conduzida a genealogia do esforço humanitário a partir da sua interação com conflitos armados. Em seguida, são analisadas as relações de poder-saber colocadas na gerência de campos de pessoas deslocadas internamente/refugiados a partir de mecanismos de controle. Por último, este trabalho desenvolve os meios pelas quais os constrangimentos institucionais e negligência de reforço de capacidades locais são responsáveis pelo aumento do impacto cumulativo sobre as populações deslocadas internamente em situação de conflito armado.