Alexander Olivier Exquemelin foi um dos poucos piratas que catalogou, redigiu e relatou toda sua experiência de vida no Caribe no século XVII, em um diário e publicou anos depois quando voltou para a Europa. O mundo do proletariado marítimo é explorado em diversos momentos na sua obra, tendo em vista os de opressão e liberdade, tendo em vista uma vivência ordenada colonial no qual lhes eram impostas leis, códigos de conduta e disciplina severa para que a ordem fosse mantida adentro dos navios. Enquanto de um lado a Inglaterra, França e Holanda conseguem suas recém-adquiridas terras no Novo Mundo, é buscado de maneira possível criar um controle efetivo de seus territórios contra o Império espanhol, a maior potência desta época. De outro, temos uma resistência de marinheiros multiétnicos que busca fugir do sistema de Plantation nos navios, através de fugas, revoltas e motins, hasteando a bandeira negra e declarando guerra ao mundo. Com as Índias Ocidentais se tornando cenário de guerra de diversas lutas religiosas e ao mesmo tempo local de acumulação de capital, escravizados, serventes, piratas e marinheiros buscam sobreviver esse cenário de grandes mudanças na medida do possível.